sexta-feira, 25 de julho de 2008

ENTEROBIOSE























Agente etiológico:

  • Enterobius Vermiculares

Considerações Gerais:

  • Parasito cosmopolita;
  • Nome vulgar: oxiuríase e caseira;
  • A frequência do parasito é maior em crianças;
  • É comum em creches, orfanatos e pré-escolas;
  • A sua erradiação é trabalhoso pois é necessário o tratamento de todo público alvo.

Descrição do parasito:
  • Corpo: filiforme;
  • Tamanho: 2 á 5 mm;
  • Cor: branca.
Fêmea:
  • Corpo: filiforme;
  • Tamanho: 8 á 12 mm;
  • Cor: branca.

Habitat:

  • Geralmente encontrados no ceco e no apêndice cecal , embora passe as primeiras fases da vida no intestino delgado.
  • As fêmeas grávidas habitam a região perianal.

Ciclo Biológico:
  • Ovos tornam-se infectante algumas horas após a sua expulsão nas margens do ânus, onde permanecem viáveis durante muitos dias;
  • Esses ovos são ingeridos pelo homem;
  • No estômago, devido ação do suco gástrico, os ovos enclodem liberando as larvas;
  • Estas larvas evoluem para verme adultos, aptas a reprodução;
  • Este ciclo leva de 15 á 40 dias;

Modo de transmissão:
  • Direta: do ânus diretamente para a cavidade oral, através dos dedos (crianças, doentes mentais e adultos com precários hábitos de higiene);
  • Indireta: através da poeira, alimentos e roupas contaminada com ovos;
  • Retroinfecção: migração das larvas da região ânal para as regiões superiores do intestino grosso, onde se tornam adultas.

Diagnóstico:
  • Em geral, quadro clínico é marcado pelo prurido ânal;
  • Exame de fezes para procura do parasito e de seus ovos;
  • Método de Hall (Swab anal) ou Método de Graham (fita gomada);
  • Pesquisa em matérial de unhas de crianças infectadas.

Sintomatologia:
  • Inicialmente assintomático;
  • Característica principal, o prurido retal frequentemente noturno;
  • Irritabilidade, desassossego, desconforto e sono intranquilo;
  • Escoriações provocadas pelo ato de coçar que pode ocasionar infecções secundárias na região anal;
  • Sintomas inespecíficos como vômitos, dores abdominais, flutulências e raramente fezes sanguinolentas;
  • Complicações como salpingites, vulvo vaginites e granulomas pelvianos.

Profilaxia:
  • Tratamento dos parasitados e de toda familia ou grupo ao mesmo tempo;
  • Ferver roupas íntimas, lençois e etc.


TRICOCEFALOSE









Agente etiólogico:

  • Trichuris Trichiura

Considerações Gerais:

  • Parasito cosmopolita;
  • Nome vulgar: verme chicote, tricuríase ou Tricurose;
  • A frequência do parasito mantém-se paralela a dos Ascaris.
  • Não tem sido tratada com a devida atenção pelas autoridades de Saúde Pública brasileira.

Descrição do parasito:

Macho:
  • Corpo: parte anterior alargada e posterior em forma de fio;
  • Tamanho: 2,5 á 4,0 cm.
  • Cor: branca.

Fêmea:

  • Corpo: parte anterior alargada e posterior em forma de fio.
  • Tamanho: 4,0 á 5,0 cm.
  • Cor: branca.
Ovo:

  • Tamanho: 50 por 25u.
  • Formato: tonel.
  • Membrana: dupla, sendo a interna corada.
  • Pólos: com rolha mucóide em cada um.
  • Cor: castanho.

Habitat:
  • Ceco e em menor frequência no apêndice, no cólon e mais raramente no intestino delgado.

Ciclo Biológico:
  • Ovos embrionados veiculados para o meio externo através das fezes e amadurecem no solo entre 3 e 5 semanas;
  • Estes ovos contaminam água, alimentos, mãos e objetos em contato com o solo e são ingeridos pelo homem;
  • No homem o verme cai no estômago, sofre ação de suco gástrico onde o ovo libera o embrião que amadurece por três meses;
  • Podem permanecer no organismo humano por até 8 anos.

Modo de transmissão:
  • Água alimentos contaminados;
  • Geofagia;
  • Mãos sujas;
  • Insetos veiculadores de ovos (moscas, formigas e baratas).

Diagnóstico:
  • O quadro clínico não é suficiente para distinguir de outras verminoses;
  • Exames de fezes para procura de ovos.

Sintomatologia:
  • Habitualmente assintomático;
  • Geralmente manifesta-se por dor abdominal localizada;
  • Maior reação inflamatória, com ulcerações intestinais e sangramento constante;
  • Síndrome desentérica crônica;
  • Complicações como inchaço da mucosa retal que leva ao prolapso retal.


Profilaxia:
  • Tratamento adequado das fezes (esgoto ou fossa) ;
  • Higiene com a alimentação e água;
  • Higiene pessoal;
  • Educação a nível primário;

quinta-feira, 24 de julho de 2008

ANCILOSTOMÍASE









Agente etiológico :

- Nematódes da familia Ancylostomidae:
A. duodenales e Néctor americanus.


Considerações Gerais:

- Parasito cosmopolita;
- Nome vulgar: amarelão ou doença do jeca tatu;

Caracterizada por anemia ferropriva;
No Brasil é predominante nas áreas rurais;


Descriçaõ do parasito:

Macho:

- Corpo: forma de C.
- Tamanho: 8 á 11 mm.
- Cor: branco com sangue no intestino.


Fêmea:

- Corpo: forma de C.
- Tamanho: 25 á 40 mm.
- Cor: branco com sangue no intestino.

Ovo:

- Tamanho: 60 por 40 u.
- Formato: oval.
- Cor: amarelo claro.
- Interior: contém de 4 á 8 blastômeros (várias células)


Larva infectante:

- Cauda afilada.
- Vestibulo bucal longo.












Habitat:

-Intestino delgado (duodemo, jejuno e parte do ileo).


Ciclo Biológico:

- Ovos veículados para o meio exterior através das fezes;
- Estes ovos apresentam em seu interior 4 células , que após 24 horas,
formando a larva. L1 no seu interior;
- Essa larva 1.1 sai do ovo e é conhecida como rabditoíde;
- Após aproximadamente 3 dias a larva evolui para estágio L2 (ainda rabi-
ditóide);
- Transcorridos 5 dias, transforma-se em L3, larva filarióde infectante;
- Larva filarióide encontra-se apta apenerar ativamente a pele do homem
(especialmente os pés);
- No corpo, as larvas penetram os vasos linfáticos e caem na corrente sanguinea,
passam rapidamente pelo coração e chegam ao pulmão onde sofrem nova
muda;
- Migram para a traquéia e faringe, são deglutidos e chegam ao intestino delgado,
onde se fixam até atingir a maturidade entre 6 e 7 semanas.


Modo de transmissão:

- Larva infectante no solo durante várias semanas;
- Exame de fezes para procura de ovos e larvas;

Sintomatologia:

- Habitualmente assintomáticos .
- Fezes sanguinolentas.
- Atrazo no desenvolvimento físico e mental;
- Coplicações como anemia ferropriva, hipo-proteínemia, insuficiência
cardíaca. A migração pulmonar pode causar hemorragia e pneynonite.

Profilaxia:

- Educação sanitária;
- Melhoria de condições de higiene e saneamento básico;
- Hábito de usar calçado;
- Indivíduos expostos a fatores de risco, cuidados específicos como uso
de botas e luvas.

(Vestibulo maior bucal) - Ancilo
(Vestibulo menor bucal) - Stucoolis
Rabo fino-(fino-ancilo) Rabo (aberto-bifocal)-Stercoolis.



quarta-feira, 23 de julho de 2008

HELMINTOS

Ascaris lumbricoides ( ASCARIDIASE )


Considerações Gerais:

- Um parasita cosmopolita;
- Nome vulgo : lumbriga;
- É encontrado em parasitando 30% da população mundial;
- O número de parasitas em um individuo pode variar de menos de 10 á mais de 100;
- O número de parasitas não é importante, pois um só Ascaris lumbricoides poderá levar o paciente a um quadro fatal.


Descrição do parasita:

Macho:

- Formato do corpo filiforme.
- Tamanho: 25 á 40 cm.
- Cor: vária de pérola ao rosa perolacea.

Fêmea:

- Formato do corpo : filiforme
- Tamanho: 25 á 40 cm.
- Cor: idêntico ao macho.


Descrição do ovo:

- Tamanho: 45 á 75 u.
-Formato: esférico ou elíptico.
- Casca: dupla.
-Membrana externa: mamilonada.
-Cor: castanho-amarelada.

Ovo ( Casca dupla e membrana mamilonada).
















Habitant: intestino delgado.


Ciclo Biológico :

- Os ovos são veiculados com as fezes para o meio externo;
- Esses ovos, após 10 á 15 dias no solo, evoluem, formando uma larva no seu interior (L1);
- Dentro de uma semana essa larva se transforma em 1.2, que com mais alguma dias se
transforma em 1.3;
- Os ovos com a larva 1.3 são infectante;
- O homem ingere esses ovos com a larva 1.3 e fica doente.
- Essas larvas deixam os ovos e passa por vários processos desenvolvimento, até se
tornar adultos, prontos para reprodução.


Modos de Contaminação:

- Alimentos contaminados;
- Água;
- Poeira;
- Mãos suja;
- Contaminação por insetos veiculadores de ovos (moscas, baratas e formigas).

Diagnóstico:

-Laboratorial: exames de fezes para procura de ovos.

Profilaxia:

- Educação sanitária;
-Tratamento de água potável;
- Esgotos ou fossas;
- Cuidados com os alimentos;
Distribuição mais aquitativa de renda, acabando com os bolsões de pobreza no país.



Biotecnologia e Doenças

Aqui estão citados alguns microorganismos que poderiam ser usados como armas biológicas.

Doença

Transmissão

Sintomas

Tratamento

Prevenção

Antrax - Doença causada pelo Bacillus anthracis. A inalação de esporos costuma ser fatal.

Por inalação, ingestão de alimentos contaminados ou contato dos esporos com a pele.

Quando a bactéria é inalada, problemas respiratórios surgem depois de 7 dias de incubação.

Antibióticos, como o ciprofloxacino. Quanto mais tardio o tratamento, menores as chances de cura.

Existe uma vacina eficaz, mas de uso restrito a militares.

Varíola - o vírus Poxvirus variolae, que provoca erupções no corpo, foi erradicada em 1977. Boa parte das pessoas não estão imunizadas.

Por meio de gotas de saliva de pessoas contaminadas.

Febre, fadiga e dores, seguidas de erupções cutâneas.

O vírus não reage a nenhum remédio.

Existe uma vacina eficaz.

Botulismo - colapso muscular causado pela toxina liberada pela bactéria Clostridium botulinum.

Ingestão de água ou comida contaminadas pela bactéria.

Visão em dobro, fraqueza e boca seca, que podem evoluir para uma letal paralisia dos pulmões.

A doença regride com remédios chamados antitoxinas.

Existe uma vacina eficaz.

Peste bubônica - causada pela bactéria Yersinia pestis, que é encontrada em roedores e pulgas que picaram esses animais.

Além das picadas de pulgas contaminadas.

Febre alta, dor de cabeça e fraqueza. Mata 50% das pessoas não-tratadas.

Antibióticos devem ser ministrados até 24 horas depois dos primeiros sintomas.

A vacina existente não funcionaria no caso de ataque terrorista.

Tularemia - doença rara, mas contagiosa, provocada pela bactéria Francisella tularensis. Mata 5 em cada 1.000 vítimas.

Contato do homem com roedores ou mosquitos contaminados.

Vômitos, febre e pneumonia. Se não for tratada, pode matar em duas semanas.

Antibióticos como a estreptomicina e a gentamicina.

Os resultados de uma vacina experimental estão sendo avaliados.

Febres virais hemorrágicas - grupo de doenças virais, podem ser severas e letais, como a febre amarela e o Ebola.

Os vírus se hospedam em insetos e animais, mas são transmitidos pelo contato com o fluido de pessoas doentes.

Febres, fadiga, dores e até hemorragias internas nos casos mais severos.

Não reagem a antibióticos.

Só existem vacinas para febre amarela e a febre hemorrágica argentina.

Brucelose - causada pelas bactérias do gênero Brucella, raramente é fatal nos homens, provoca lesões no fígado e no baço.

Contato com animais doentes ou ingestão de carne e leite contaminados.

Febre contínua, mal-estar e dor de cabeça.

Coquetel de antibióticos, entre os quais a doxiciclina e rifampina.

Vacinação de bois, porcos e cabras.

Cólera - causada por um bacilo, o Vibrio cholerae, provoca diarréia e desidratação.

Por meio de água contaminada ou ingestão de alimentos lavados com água contaminada.

Febre e diarréia surgem até cinco dias após o contágio. Sem tratamento, pode ser fatal.

Antibióticos, como a tetraciclina, associados a reidratação do organismo.

A vacina dá proteção parcial. A prevenção também é feita com antibióticos.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Bactérias

As bactérias são os seres vivos mais simples do ponto de vista estrutural, e de menor tamanho, podendo ser conhecidas também como micróbios. As bactérias são microorganismos unicelulares, procariontes, ealgumas causam doenças. São abundantes no ar, no solo e na água e na sua maioria inofensivas para o ser humano, sendo algumas até benéficas.

Por serem microrganismos procariontes, não apresentam um núcleo definido, estando o seu material genético compactado e enovelado numa região do citoplasma chamada de nucleóide. As bactérias apresentam uma membrana plasmática recoberta por uma parede celular. Diferente das células eucarióticas, nas bactérias não aparecem organelas delimitadas por membranas. O tamanho das bactérias pode variar de 0,2 a 5,0 micrômetros.




A membrana plasmática recobre o citoplasma da célula bacteriana e tem a mesma estrutura daquelas encontradas nos organismos eucariontes. Na membrana encontramos uma estrutura típica, uma invaginação da membrana plasmática, denominada de mesossomo. O mesossomo parece ter um papel importante durante a duplicação e divisão bacteriana.

As bactérias se reproduzem por divisão celular ou fissão binária. Durante este processo ocorre a duplicação do DNA seguido da divisão da célula bacteriana em duas células filhas. Esta divisão se dá devido a formação de um septo que começa a crescer para o interior da célula a partir da superfície da parede celular. As bactérias causadoras de doenças denominam-se patogênicas.



Formas das bactérias:

Arredondadas: Cocos
Alongadas/em forma de bastonetes: Bacilos
Onduladas/em forma de espiral: Espiroquetas
Em forma de vírgula: Vibrião

As formas não são constantes, podem variar de acordo com o meio e com o tipo de associação.
As mudanças de forma podem ser consideradas como:

Involução - mudança de forma devido à condições desfavoráveis, presença ou ausênciade oxigênio, pH, ou por produtos tóxicos, entre outros.
Pleomorfismo - a bactéria não apresenta uma morfologia única, mesmo que se encontre em condições favoráveis à sua sobrevivência.

As bactérias que habitam no corpo humano proliferam num ambiente quente e úmido. Algumas são aeróbias, o que quer dizer que necessitam de oxigênio para se desenvolverem e multiplicarem, situando-se, normalmente, na pele ou sistema respiratório.
As bactérias anaeróbias proliferam onde não há oxigênio, ou seja, nas camadas profundas dos tecidos ou nas feridas.

Infecção - as bactérias podem produzir toxinas, que são nocivas para as células humanas. Se estas estiverem presentes em número suficiente e a pessoa a ser afectada não dispuser de uma imunização contra elas, o resultado é a doença.

As bactérias podem penetrar no corpo humano, através dos pulmões, por meio da inalação de partículas expulsas pela respiração, tosse ou espirros de uma pessoa infectada.

Pode haver infecção no trato digestivo o qual pode ser infectado através da ingestão de alimentos contaminados. As bactérias podem estar presentes nos alimentos desde o local de produção das matérias primas ou transportadas até eles por moscas ou mãos

contaminadas. As bactérias podem ainda invadir o hospedeiro através da pele, como por exemplo, na infecção de uma ferida.

Classificação:
Corante de Gram:

Assim designada em memória de Christian Gram, que desenvolveu o procedimento em 1884, a coloração de Gram classifica as bactérias em Gram-positivas ou Gram-negativas e continua a ser um dos métodos mais úteis para classificar as bactérias.

Neste procedimento, as bactérias são submetidas primeiro à ação de um corante violeta, seguido de fixação com iodo e depois um agente de descoloração, como o metanol. Seguidamente, são novamente coradas com safranina.

As bactérias Gram-positivas fixam o primeiro corante, devido à maior espessura da parede celular, e ficam coradas de azul ou violeta, enquanto que as bactérias Gram-negativas, após a descoloração pelo metanol, são coradas pela safranina e ficam vermelhas. As bactérias que retêm a coloração violeta são designadas por Gram-positivas.

As bactérias que perdem a coloração violeta depois de descoloradas, mas que adquirem um corante de contraste (ficando com um tom cor-de-rosa) são Gram-negativas. Esta distinção de manchas é um reflexo das suas diferenças no que diz respeito à composição básica das suas paredes celulares.

São exemplos de bactérias Gram-positivas várias espécies de:
- Estreptococos;
- Estafilococos;
- Enterococos
.

São exemplos de bactérias Gram-negativas:
- Vibrão Colérico;
- Colibacilo;
- Salmonelas
.

Entre a grande variedade de doenças provocadas por cocos salientam-se:
- Pneumonia nosocomial (adquirida em meio hospitalar);
- Pneumonia adquirida na comunidade;
- Infecções da pele e tecidos moles.

Estreptococos

Estas bactérias Gram-positivas crescem em cadeias, de comprimento variável, e são responsáveis por muitas infecções distintas. Embora classificadas como aeróbias, a maioria são anaeróbias facultativas (capazes de crescer num leque alargado de concentração de oxigênio), enquanto que poucas são anaeróbias obrigatórias.

As infecções causadas por Estreptococos:
- Meningite bacteriana
- Pneumonia (adquirida na comunidade ou nosocomial)
- Otite média: o Streptococcus pneumoniae é responsável por 20% a 50% dos casos
- Sinusite
- Bronquite
- Menos freqüentemente, endocardite (menos de 3% dos casos são causados por S. pneumoniae)
- Também menos freqüentemente, peritonite, artrite séptica, infecções pélvicas e infecções de tecidos moles. Os pneumococos podem causar estas infecções sobretudo em doentes com doenças subjacentes.


Estafilococos


Estas bactérias estão entre as bactérias mais resistentes que não formam esporos e podem

sobreviver em muitas situações não fisiológicas. Normalmente, colonizam a pele e encontram-se nas narinas e na pele de 20% a 30% dos adultos saudáveis.

Podem também encontrar-se (embora menos freqüentemente) na boca, glândulas mamárias e tratos genito-urinário, intestinal e respiratório superior.

As infecções por estafilococos são freqüentemente supurativas (com produção de pus) e têm sido implicadas em muitos tipos diferentes de infecções, incluindo pneumonia, meningite, osteomielite e infecções da pele e tecidos moles.

Enterococos

Estes cocos, antes classificados como estreptococos do Grupo D, ocorrem em cocos individuais, aos pares e em cadeias curtas.

São anaeróbios facultativos, que podem crescer em condições extremas e numa grande variedade de meios, incluindo solo, alimentos, água e em muitos animais. O seu principal habitat natural parece ser o tubo digestivo dos animais, incluindo o do homem, onde representam uma porção significativa da flora normal. Podem também encontrar-se, em menor número, nas secreções orofaríngeas e vaginais.

Por viver mais tempo na água do mar do que os coliformes, o enterococos é considerado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos um indicador mais preciso de doenças transmitidas pelo contato com a água.

As infecções por enterococos ocorrem em doentes internados, freqüentemente após cirurgia ou instrumentação (por exemplo, algaliação). Os enterococos podem causar superinfecções em doentes internados, sob terapêutica antibiótica.

A superinfecção pode ocorrer quando os antibióticos alteram o equilíbrio bacteriano no organismo, permitindo o crescimento dos agentes oportunistas, como o enterococos. A superinfecção pode ser muito difícil de tratar, porque é necessário optar por antibióticos eficazes contra todos os agentes que podem causá-la.

As infecções por enterococos incluem:
- Infecções urinárias
- Infecções de queimaduras e feridas cirúrgicas
- Bacteremia
- Endocardite
- Infecções intra-abdominais e pélvicas (estas infecções são habitualmente mistas, causadas por enterococos e outros agentes patogênicos)
- Infecções de feridas e dos tecidos moles
- Sépsis neonatal
- Meningite (raro).

As bactérias possuem grande importância ecológica, elas fixam o nitrogênio da atmosfera na forma de nitratos, e as bactérias desnitrificantes que devolvem o nitrogênio dos nitratos e da amônia para a atmosfera. As bactérias também são úteis para o homem, como na indústria de laticínios e na indústria farmacêutica que utiliza bactérias para fabricar antibióticos específicos.

De outra maneira as bactérias podem causar grandes prejuízos econômicos, como é o caso do amarelinho (Xylella fastidiosa), que ataca a lavoura da laranja. Mas talvez a maior importância das bactérias seja o fato delas serem parasitas humanos, levando a infecções muito graves. Assim temos o gênero Clostridium que além de esporulado é aneróbio e um potente produtor de toxinas muito prejudiciais ao homem. Seus esporos podem estar presentes em alimentos e resistir a processos de descontaminação podendo causar graves intoxicações como o botulismo (agente Clostridium botulinum), em função da ação neurotóxica de suas toxinas.

Geralmente estão associados a intoxicações por ingestão de palmitos contaminados e podem levar a óbito. É desse grupo também o produtor da toxina tetânica, que provoca o tétano (Clostridium tetani). O esporo contamina o ferimento profundo que ao fechar gera uma atmosfera com baixa tensão de oxigênio, levando a germinação, produção de toxina, e, finalmente a tetania. A Escherichia coli é um importante componente da nossa microbiota intestinal, no entanto, fora do intestino pode causar importantes e graves
infecções, principalmente nas vias urinárias.

Abaixo algumas das bactérias mais nocivas ao homem, e as doenças associadas a cada uma dela:

  • Streptococcus pneumoniae - causa septicemia, infecção no ouvido médio, pneumonia e meningite.
  • Haemophilus influenzae - causa pneumonia, infecção do ouvido e meningite principalmente em crianças.
  • Shigella dysenteria - causa disenteria (diarréia sangrenta). Linhagens resistentes podem levar a epidemias e algumas podem ser tratadas apenas com medicamentos muito caros (fluoroquinolonas).
  • Neisseria gonorrhoeae - causa gonorréia, a resistência às drogas limita o seu tratamento principalmente à cefalosporina.
  • Pseudomonas aeruginosa - causa septicemia e pneumonia, principalmente em pessoas com fibrose cística ou com o sistema imune comprometido. Algumas linhagens super resistentes não podem ser tratadas com drogas.
  • Enterococcus faecalis - causa septicemia e infecção do trato urinário, e infecção das vias respiratórias nos pacientes com o sistema imune comprometido. Algumas linhagens ultra resistentes não podem ser tratadas com drogas.
  • Escherichia coli - causa infecção do trato urinário, infecção do sangue, diarréia e falência dos rins. Algumas linhagens são ultra resistentes.
  • Acinetobacter - causa septicemia em pacientes com o sistema imune comprometido.
  • Mycobacterium tuberculosis - causa tuberculose. Algumas linhagens ultra resistentes não podem ser tratadas com drogas.
  • Staphylococcus aureus - causa septicemia, infecção nas vias respiratórias e pneumonia. Algumas linhagens tem se mostrado muito resistentes a vários antibióticos.




A glicose é o carboidrato mais importante da biologia, pois as células a utiliza como fonte de energia e ainda intermediária do metabolismo. Como é a maior fonte de energia, o organismo transforma todos os carboidratos dos alimentos ingeridos em glicose.

Exame de glicose

Nomes alternativos:

níveis de açúcar no sangue; açúcar no sangue em jejum


Como é realizado o exame:

Adultos ou crianças:

O sangue é colhido de uma veia (punção venosa), geralmente da prega do cotovelo ou dorso da mão. O local da punção é limpo com anti-séptico e um torniquete (uma tira elástica), ou um aparelho utilizado para medir a pressão sangüínea, é colocado ao redor do braço para comprimi-lo e restringir o fluxo de sangue através da veia. Isto faz com que a porção da veia abaixo do torniquete se distenda (se encha com sangue). Uma agulha é introduzida na veia e o sangue coletado em um tubo vedado ou seringa. Durante o procedimento, o torniquete é removido para restaurar a circulação. Quando o sangue tiver sido coletado, a agulha é removida e o local da punção coberto para evitar qualquer sangramento.


Bebês ou crianças pequenas:
A área é lavada com anti-séptico e puncionada com uma agulha fina ou lanceta. O sangue pode ser coletado em uma pipeta (tubo de vidro pequeno), sobre uma lâmina, em uma tira de exame ou em um pequeno frasco. Será colocado algodão ou um curativo sobre o sítio de punção, se persistir o sangramento.


Como se preparar para o exame:

O paciente deve permanecer em jejum 6 horas antes do exame.

Bebês e crianças:
A preparação física e psicológica para este ou qualquer outro exame depende da idade da criança, seus interesses, experiência anterior e nível de confiança. Para obter informações específicas sobre como preparar a criança, consulte os tópicos abaixo, obedecendo aos critérios de idade correspondentes:

Uma glicose sérica randomizada pode ser realizada em qualquer momento, mas irá refletir algumas características como dieta e atividade (veja também glicose randomizada)


O que se sente durante o exame:

Quando a agulha é inserida para extrair o sangue, algumas pessoas sentem dor moderada, enquanto outras sentem somente uma picada. Depois, pode-se ter uma sensação latejante.


Motivos pelos quais o exame é realizado:

Este exame pode ser usado para avaliar os níveis de glicose (açúcar no sangue). Pode ser usado para diagnosticar diabetes, para monitorar o controle de diabetes ou como um exame de triagem.

A maioria do carboidrato alimentar geralmente se transforma em glicose no sangue. Glicose em excesso se converte em glicogênio para armazenamento no fígado e nos músculos esqueléticos depois das refeições. O glicogênio é quebrado gradualmente em glicose e liberado no sangue pelo fígado entre as refeições. A glicose em excesso é convertida em triglicérides para armazenamento de energia.

A glicose é a principal fonte de energia para a maioria das células do organismo. Algumas células (por exemplo, as do cérebro e os glóbulos vermelhos), são quase totalmente dependentes da glicose do sangue como fonte de energia. Na verdade, o cérebro necessita que as concentrações de glicose no sangue se mantenham dentro de uma certa faixa para que possa funcionar normalmente. As concentrações abaixo de 30 miligramas por decilitro (mg/dl) ou acima de 300 mg/dl podem causar confusão ou perda de consciência.

O principal hormônio regulador da concentração de glicose no corpo é a insulina (embora outros hormônios, como o glucagon, a epinefrina e o cortisol também a afetam).

Os níveis de glicose são medidos, geralmente, para diagnosticar diabetes ou para monitorar o controle adequado do diabetes. O diabetes é uma doença muito comum, que afeta cerca de 2% da população. O diabetes é resultado de uma deficiência na liberação de insulina ou de uma insensibilidade à ela. Os diabéticos tipo I precisam de injeções diárias. A injeção de muita ou pouca insulina pode ser perigosa.


Exames de Rotina para Diagnosticar o Diabetes

O exame mais comum para medir o nível de glicose no sangue chama-se Glicemia de Jejum. É um teste feito através do sangue venoso. O resultado é considerado normal quando a taxa de glicose varia de 70 até 110 mg/dl. Se o resultado ficar em torno de 110 a 125 mg/dl, o indivíduo é portador de glicemia em jejum inapropriada. Assim, torna-se necessário à realização do exame conhecido como “Teste Oral de Tolerância à Glicose”.

Ocorrendo um resultado igual ou acima de 126 mg/dl, em pelo menos dois exames consecutivos, fica então confirmado o diagnostico de Diabetes Mellitus. Já com uma glicemia superior a 140 mg/dl, mesmo sendo recolhida a qualquer hora do dia, já se confirma o diagnostico do diabetes.

* Valores utilizados em 2002, leia também os novos valores normais de glicemia.

Teste Oral de Tolerância à Glicose

Em laboratório médico, a pessoa com suspeitas de diabetes ingere 75g de glicose diluída em água. Após duas horas de espera, é feita a coleta de sangue para medir a taxa de glicose. No caso do resultado apresentar uma glicemia igual ou superior a 200 mg/dl, considera-se o indivíduo como portador de diabetes. Se a glicemia estiver entre 140 e 199mg/dl, então o diagnostico é de intolerância glicídica (pré-diabetes).

Teste Oral para Gestantes

É importante que todas as mulheres grávidas acima de 25 anos, não obesas e sem histórico de diabetes na família, sejam testadas. Deve-se realiza-lo entre a 24ª e a 28ª semanas de gestação. Primeiramente, o teste consiste na ingestão oral de uma dose de 50g de glicose. O sangue será colhido nos tempos basal e 60’ (minutos). Os resultados normais são até 80mg/dl e 140mg/dl, respectivamente.

Resultados superiores a esses valores descritos acima, determinam a realização de novo teste com a ingestão de 75g de glicose, e avaliação da glicemia nos mesmos tempos. Considera-se com Diabetes, as mulheres que apresentem glicemia maior que 126mg/dl, no tempo basal, ou igual ou maior que 200mg/dl.


Preparo Especial para o Exame de Glicemia de Jejum

Para se submeter ao teste, é preciso permanecer em estado de jejum por pelo menos 8h. O que não acontece com o teste aleatório. No entanto, para se preparar à curva glicêmica, outros cuidados serão necessários. Manter uma dieta habitual sem restrição de carboidratos (massas, açúcar, doces), nos três dias antecedentes ao exame. É necessário também manter as seguintes atividades.

  • Realizar o exame em período matutino, em estado de jejum entre 8h e 12 horas;
  • Interromper qualquer medicação que possa interferir no metabolismo de carboidratos;
  • Manter repouso e jamais fumar durante o teste.

Valores de glicemia para o diagnóstico de diabetes

Aqui você fica informado sobre quais são os critérios diagnósticos da Associação Americana de Diabetes e endossados pela SBD.

Normal: glicemia de jejum entre 70 mg/dl e 99mg/dl e inferior a 140mg/dl 2 horas após sobrecarga de glicose.

Intolerância à glicose: glicemia de jejum entre 100 a 125mg/dl.

Diabetes: 2 amostras colhidas em dias diferentes com resultado igual ou acima de 126mg/dl. ou quando a glicemia aleatória (feita a qualquer hora) estiver igual ou acima de 200mg/dl na presença de sintomas.

Teste de tolerância à glicose aos 120 minutos igual ou acima de 200mg/dl.

Exames para Detectar Complicações Crônicas

Retinopatia Diabética

No caso do diabetes tipo 1, após cinco anos do diagnostico é recomendável a realização de um exame oftalmológico anual. O foco principal deverá ser a oftalmoscopia com dilatação pupilar. Após a primeira realização, este exame poderá ser feito anualmente.

Já no caso do diabetes tipo 2, como não se sabe por quanto tempo a pessoa é portadora da doença, é recomendável que o exame seja realizado assim que o quadro seja diagnosticado.

É interessante que o exame fique fotografado para auxiliar a avaliação posterior e o plano de tratamento por meio da Retinografia (fotografia do fundo do olho). No caso de aparecerem sintomas de Retinopatia, tal análise deverá ser complementada com a Angiografia, que é o registro da imagem da circulação da retina.

Nefropatia Diabética

Esta complicação acontece quando se detecta albumina na urina, assim como alterações da taxa de filtração glomerular. Esta constatação é feita através da Microalbuminúria e do Clearence de creatinina É importante que este exame seja realizado anualmente nas pessoas com diabetes. (há pelo menos 5 anos após o diagnóstico do Tipo 1 e, imediatamente, com a constatação do Tipo 2).

É comum surgir algum resultado alterado. Isso ocorre porque várias situações podem gerar resultados positivos. São elas: infecção urinária, exercícios físicos, diabetes e hipertensão mal controlados. Por isso é muito importante a confirmação em outras amostras. Esses exames são realizados em urina de 24h.

Neuropatia Diabética

É comum que as pessoas com diabetes não apresentem sintomas de neuropatia, tornando-se necessário uma atenção especial nestes casos. Estatísticas apontam que cerca de 60% dos portadores de diabetes desenvolvem neuropatia. Deste universo, apenas 20% são sintomáticos.

Exames clínicos (como avaliação dos pés, testes de sensibilidade), com monofilamento dos reflexos tendinosos, podem identificar a presença de neuropatia em muitas pessoas. Mas também é possível avaliar a função dos nervos através da chamada eletroneuromiografia. Esse exame é composto de duas etapas: o estudo de condução nervosa (ou eletroneurografia) e a eletromiografia.

Na parte inicial do exame são aplicados pequeninos choques nos nervos, produzindo respostas que são registradas. Na parte final, utiliza-se uma agulha fina, para registrar a atividade elétrica dos músculos.

O estudo de condução nervosa é suficiente para diagnosticar as formas mais comuns de neuropatia diabética (como a polineuropatia distal e a síndrome do túnel do carpo), não sendo necessária a realização do exame com agulhas. É recomendável que a avaliação da neuropatia diabética seja feita anualmente em todos os pacientes com diabetes, a partir do 5º ano da doença ou em casos onde já existam sintomas antes dessa época.

Complicações Cardiovasculares

Para todas as pessoas com diabetes, é importante uma avaliação anual sobre o risco de doenças cardio-vasculares. Além do exame clínico com o médico, é recomendável a realização dos exames de rotina relacionados com os fatores de risco, assim como:

  • Avaliação do diabetes;
  • Colesterol total, HDL, e LDL;
  • Triglicérides;
  • Pressão arterial.

Quando indicado, a realização de testes para a detecção de isquemia miocárdica. Alguns testes são indicados para essa avaliação observando-se as características de cada paciente:

  • Ecocardiograma;
  • Teste ergométrico (o chamado teste de esforço ou esteira);
  • Teste ergométrico com cintilografia miocárdica (MIBI).

Em situações especiais, para pacientes impossibilitados de realizar atividades físicas outros exames podem ser necessários para a detecção de isquemia miocárdica:

  • Cintilografia miocárdica com stress farmacológico (Dipiridamol + MIBI);
  • Ecocardiograma com stress farmacológico (ECO + Dobutamina/ECO + Atropina).

Esses exames auxiliam na obtenção do diagnóstico precoce da insuficiência coronária. O que pode resultar na prevenção de eventos cardíacos maiores. Os pacientes com baixo risco (jovens, com diagnóstico recente de diabetes, sem outros fatores de risco) podem ter uma avaliação mais simples (eletrocardiograma de repouso).

Detecção de Acidentes Vasculares Cerebrais ou Obstrução das Artérias das Pernas

É fundamental a realização de exame clínico, onde o profissional detecta a redução da pulsação das artérias e sente a temperatura local. Os sintomas que são sugestivos para a ocorrência destes problemas são: dores nas pernas após atividade física (como caminhada), extremidades dos pés frias, etc.

Um tipo especial de ultra-sonografia chamada Doppler pode avaliar o leito arterial. O exame é indolor, e possibilita a visualização das artérias, além da detecção da presença

de placas de ateroma em suas paredes. O que torna possível avaliar o grau de estreitamento do calibre vascular.

Exames:

  • Ultrasonografia, com doppler, Carótidas e vertebrais
  • Ultrasonografia, com doppler arterial dos Membros inferiores.

Hemoglobina Glicada e Frutosamina

O exame de Hemoglobina Glicada possui enorme importância na avaliação do controle do diabetes. É capaz de resumir para o especialista e para o paciente em tratamento se o controle glicêmico foi eficaz, ou não, num período anterior de 60 a 90 dias.

Isso ocorre porque durante os últimos 90 dias a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração que existe no sangue. Caso as taxas de glicose apresentem níveis elevados no período, haverá um aumento da hemoglobina glicada.

Sempre é necessário individualizar o valor de A1C (hemoglobina glicada), levando em conta vários dados clínicos como idade, presença de outras doenças e/ou risco de eventos freqüentes de hipoglicemias.

Estudos clínicos, realizados em grandes centros foram capazes de demonstrar que a manutenção de A1C em valores o mais próximo possível do normal foi acompanhada de redução significativa do surgimento e da progressão das complicações micro e macro-vasculares. Isso ocorreu tanto em pessoas com diabetes do tipo 1 (DCCT), quanto do tipo 2 (UKPDS).

Para consensos nacionais e internacionais, o valor de A1C mantido abaixo de 7% promove proteção contra o surgimento e a progressão das complicações microvasculares do diabetes (retinopatia , nefropatia e neuropatia).

As pessoas que já apresentam complicações em estágios avançados (insuficiência renal terminal, doença vascular difusa) ou que são portadores de outras condições clínicas que reduzem a qualidade de vida podem ter como meta de tratamento valores de A1C um pouco mais elevados.

Outros exames como “dosagens da taxa de glicemia” (no laboratório) e “glicemia capilar (ponta de dedo)” apresentam parâmetros que podem sofrer oscilações importantes por influência de diversos fatores, tais como: alimentação, exercícios, medicação etc. Mas, é claro, não deixam de ser importantes e devem continuar a fazer parte do acompanhamento das pessoas com diabetes.Vale ressaltar o papel da glicemia capilar para os pacientes insulino-dependentes, permitindo o ajuste das doses de insulina naquele determinado momento.

Frutosamina

Este exame é capaz de apresentar o controle glicêmico das últimas 4 a 6 semanas. Pode ser útil para a avaliação de alterações do controle de diabetes em intervalos menores, para julgar a eficácia de mudança terapêutica, assim como no acompanhamento de gestantes com diabetes.

A dosagem da Frutosamina também pode ser indicada quando, por razões técnicas, a A1C não é considerada como um bom parâmetro de seguimento (hemoglobinopatias e na presença de anemia).

Exame de tolerância à glicose

Nomes alternativos:

GTT, OGTT, teste oral de tolerância à glicose

Como é realizado o exame:

No GTT, determina-se a capacidade do paciente de tolerar uma carga oral de glicose; esse procedimento é realizado por meio da avaliação das amostras de soro e de urina. As amostras de sangue são retiradas antes da ingestão da glicose; esta é administrada via oral, e a avaliação dos níveis no sangue (e freqüentemente na urina) é repetida após 30 minutos, 1, 2 e 3 horas após a ingestão.

Crianças ou adultos:
Colete uma amostra de urina obtida por meio de "coleta limpa" ("jato médio"). Para obter uma amostra de urina por meio de coleta limpa, homens ou meninos devem limpar bem a cabeça do
pênis. As mulheres e as meninas devem lavar a área entre os lábios da vagina com água e bastante sabonete e enxaguar bem. Ao começar a urinar, deixe cair uma pequena quantidade no vaso sanitário (isso elimina contaminantes existentes na uretra). A seguir, em um recipiente limpo, recolha cerca de 30 a 60 ml de urina e afaste-o do fluxo da urina. Entregue o recipiente ao médico ou assistente.

Bebês:
Lave completamente a área ao redor da uretra. Abra uma bolsa coletora de urina (uma bolsa plástica com uma fita adesiva em uma das extremidades) e coloque-a no bebê. No caso de meninos, recomenda-se colocar o pênis por inteiro dentro da bolsa, fixando a fita adesiva na pele. Para meninas, a bolsa é colocada sobre os grandes lábios. Coloque uma fralda sobre o bebê (incluindo a bolsa). Verifique o bebê com freqüência e retire a bolsa depois que o bebê tiver urinado dentro dela. Para bebês ativos, este procedimento pode precisar de algumas tentativas -- bebês mais cheios de energia podem deslocar a bolsa, dificultando a obtenção da amostra. A urina é drenada para um recipiente para que seja transportada até o médico.

Adultos ou crianças:
O sangue é colhido de uma veia (
punção venosa), geralmente da prega do cotovelo ou dorso da mão. O local da punção é limpo com um anti-séptico e um torniquete (tira elástica), ou um aparelho utilizado para medir a pressão sangüínea, é colocado ao redor do braço para comprimi-lo e restringir o fluxo de sangue através da veia. Isto faz com que a porção da veia abaixo do torniquete se distenda (se encha de sangue). Uma agulha é introduzida na veia e o sangue é coletado em um tubo vedado ou seringa. Durante o procedimento, o torniquete é removido para restaurar a circulação. Quando o sangue tiver sido coletado, a agulha é removida e o local da punção coberto para evitar qualquer sangramento.


Bebês ou crianças pequenas:
A área é limpa com um anti-séptico e puncionada com uma agulha ou uma lanceta. O sangue pode ser coletado em uma pipeta (pequeno tubo de vidro), em uma lâmina, em um fita para exame ou em um pequeno recipiente. Pode-se aplicar algodão ou um curativo no local da punção se houver sangramento contínuo.

Como se preparar para o exame:

Faça um jejum de 12 horas e não coma durante o teste. Consulte o médico se você estiver usando um medicamento que possa interferir nos resultados do teste (veja considerações especiais).

Se a coleta for tomada de um bebê, pode ser necessário um maior número de bolsas.

Bebês e crianças
A preparação física e psicológica para este ou qualquer outro exame depende da idade da criança, seus interesses, experiência anterior e nível de confiança. Para obter informações específicas sobre como preparar a criança, consulte os tópicos abaixo, obedecendo aos critérios de idade correspondentes:

O que se sente durante o exame:

O exame envolve apenas a micção normal e não há desconforto.

Quando a agulha é inserida para a retirar o sangue,
enquanto algumas pessoas sentem uma dor moderada, outras sentem apenas uma de picada. Pode-se sentir um pouco de palpitação após o procedimento.

Motivos pelos quais o exame é realizado:

Este exame normalmente indicado quando existir suspeita de diabetes melito; também pode ser realizado para confirmar hipoglicemia sem diabetes melito (intolerância aos carboidratos).

Quais são os riscos :

As pessoas que têm diabetes ou hipoglicemia normalmente não realizam esse tipo de teste. Se as pessoas com estas condições tiverem uma reação durante o teste, pode-se administrar um medicamento.

Os riscos derivados de
punção venosa são:

  • sangramento excessivo
  • desmaio ou tontura
  • hematoma (acúmulo de sangue sob a pele)
  • infecção (pequeno risco que se corre cada vez que a pele é rompida)
  • múltiplas punções para localizar as veias

Considerações especiais:

Fatores que interferem:

As drogas que podem causar intolerância à glicose incluem drogas anti-hipertensivas, antiinflamatórias (AINEs), beta-bloqueadores orais, furosemida (veja furosemida oral), nicotina, contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais), drogas psiquiátricas, corticosteróides e diuréticos tiazídicos.

Alguns pacientes são incapazes de tolerar uma carga de 100g de glicose (em razão de
gastrectomia anterior, síndrome do intestino curto ou má absorção). Nesses casos, pode ser realizado um teste de tolerância à glicose (GTT), com valores normais ligeiramente diferentes.

As veias e as artérias variam em tamanho de um paciente para outro e de um lado do corpo ao outro. A obtenção da amostra de sangue em algumas pessoas pode ser mais difícil do que em outras.

Valores normais:

Sangue:

  • em jejum:70 a 115 mg/dl
  • 30 min: menos de 200
  • 1 hora: menos de 200
  • 2 horas: menos de 140
  • 3 horas: 70 a 115
  • 4 horas: 70 a 115

Urina:

  • negativa (não se apresenta glicose)

Obs.: mg/dl = miligramas por decilitro

O que significam os resultados anormais:

Os valores de glicose superiores aos níveis normais podem indicar:

Os resultados anormais podem indicar também:

  • hipoglicemia

Este exame também pode ser realizado na presença de outras condições, como: