segunda-feira, 30 de junho de 2008

DOENÇA DE CHAGAS


  1. AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi (protista flagelado).
  2. DOENÇA: Mal de Chagas, Chagismo ou Tripanossomíase americana.
  3. TRANSMISSOR: barbeiro (da família dos REDUVIDEOS pertencentes aos gêneros: Triatoma, Rhodnius e Pantanstrongylus).

EPIDEMIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

  • Etima-se que existam em média 18 milhões de pessoas com esta doença, entre os 100 milhões que constituem a população de risco, distribuída por 18 países americanos. Dos infectados, cerca de 20.000 morrem a cada ano.
  • A doença de Chagas crônica é um problema epidemiológico apenas em alguns países da América Latina, mas a migração crescente de populações aumentou o risco de transmissão por transfusão de sangue até mesmo nos Estados Unidos.
  • Distribuída pelas Américas desde os Estados Unidos até a Argentina, atinge principalmente as populações rurais pobres.
  • As casas pobres, com reboco defeituoso e sem forro, são habitat para o barbeiro, que dorme de dia nas rachaduras das paredes e sai à noite para sugar o sangue das pessoas que dormem, geralmente no rosto ou onde a pele é mais fina.
  • A doença afeta muitos outros vertebrados além do Homem: cães, gatos, roedores, tatus e gambás podem ser infectados e servir de reservatório do parasita.

TRANSMISSÃO

  • Triatoma infestans, um dos insetos barbeiros transmissores da doença de Chagas.
  • Ele se infecta ao sugar o sangue de um organismo infectado
  • No intestino do vetor, a forma tripomastigoto se transforma em epimastigoto que então se reproduz. O tripomastigoto não se reproduz.
  • O homem por sua vez, é afetado pelas fezes contaminadas do barbeiro, pois enquanto suga o sangue defeca nesse mesmo local.
  • A infestação também pode ser por transfusão de sangue ou transplante de órgãos, ou por via placentária.
  • Notícias recentes revelam uma forma alternativa de infecção, oral, que abre um campo de pesquisa ainda não explorado sobre novas formas de infestação.

SINAIS E SINTOMAS

  • A doença tem uma fase aguda, de curta duração, que em alguns doentes progride para uma fase crônica.
  • A fase aguda é geralmente assintomática, e tem uma incubação de uma semana a um mês após a picada.
  • No local da picada pode-se desenvolver uma lesão volumosa, o chagoma, local eritematosa (vermelha) e edematosa (inchada).
  • Se a picada for perto do olho é freqüente a conjuntivite com edema da pálpebra, também conhecido por sinal de Romana.
  • Outros sintomas possíveis são febre, linfadenopatia, anorexia, hepatoesplenomegalia, miocardite brandas.
  • O caso crônico permanece assintomático durante dez a vinte anos. No entanto, neste período de bem-estar geral, o parasita está a reproduzir-se continuamente em baixos números, causando danos irreversíveis em órgãos como o sistema nervoso e o coração.
O fígado também é afetado mas como é capaz de regeneração, os problemas são raros. O resultado é apenas aparente após uma ou duas décadas de progressão, com aparecimento
  • gradual de demência, cardiomiopatia, ou dilatação do trato digestivo, devido à destruição da inervação e das células musculares destes órgãos, responsável pelo seu tônus muscular.
  • No cérebro há frequentemente formação de granulomas. Neste estágio a doença é frequentemente devido à cardiomiopatia (insuficiência cardíaca).
  • No entanto o tratamento pode aumentar a esperança e qualidade de vida.
  • Há ainda infrequentemente casos de morte súbita, quer em doentes agudos quer em crônicos, devido à destruição pelo parasita do sistema condutor dos batimentos no coração ou danos cerebrais em áreas críticas.

DIAGNÓSTICO

  1. MICROSCÓPICO: buscando o parasita no sangue do paciente, o que é possível apenas na fase aguda após cerca de 2 semanas depois da picada. Detecta mais de 60% dos casos nesta fase.
  2. XENODIAGNÓSTICO: onde o paciente é intencionalmente picado por barbeiros não contaminados e, quatro semanas depois, seu intestino é examinado em busca de parasitas; ou pela inoculação de sangue do doente em animais de laboratório e verificação se desenvolvem a doença aguda.
  3. DETECÇÃO DE ANTICORPOS: específicos contra o parasita no sangue.

TRATAMENTO

  • Na fase inicial aguda, a administração de fármacos como nifurtimox, alopurinol e benzinidazole curam completamente ou diminuem a probabilidade de cronicidade em mais de 80% dos casos.
  • A fase crônica é incurável, já que os danos em órgãos como o coração e o sistema nervoso são irreversíveis. Tratamento paliativo pode ser usado.

PREVENÇÃO

  • Combate ao vetor, o barbeiro.
  • Melhoria das moradias rurais.
  • A melhoria das condições de higiene.
  • Afastamento dos animais das casas.

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